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  • Guidobildu, o anfitrião do País Mais Divertido do Mundo

    Guidobildu, o anfitrião do País Mais Divertido do Mundo

    Muito antes da contagem regressiva (que os visitantes fazem inúmeras vezes, à medida em que os ponteiros avançam para as 11 horas, numa espécie de ‘esquenta’ para a contagem oficial), um grupo vem se postar na alameda principal, na entrada do Hopi Hari, a poucos metros da linha de catracas. Impossível dizer quem ostenta o sorriso maior, mas a figura mais solicitada para as selfies parece ser a de Guidobildu.

    Com uma espécie de calça militar num tom bege muito claro, e um par de botas pretas, Bildu (já me permito a intimidade) veste uma sobrecasaca de um azul que cintila sob esse sol de outono no Interior paulista.

    O casaco tem, ainda, faixas vermelhas verticais – como também são vermelhos os punhos e as gandolas. O corte do casaco lembra o das tropas francesas de Napoleão, ligeiramente arredondado abaixo da cintura. Por cima, estão, cruzadas sobre o peito, faixas beges militares.

    O figurino de Guidobildu tem, ainda, uma espessa barba ruiva, combinando perfeitamente com a cabeleira.

    Guido varia as próprias poses – mas não atenua o sorriso. Ora se estica para trazer todos os que couberem no abraço, ora faz pose de estátua. Por trás dos gestos teatrais, a emoção está sempre presente – e o que não muda, em momento nenhum, é o cuidado com que empunha a bandeira do Parque – sempre na mão esquerda. O pavilhão do Hopi Hari é azul e verde e, com o vento, é possível ver a Ameba (símbolo do Parque) esvoaçando.

    O lugar preferido pelos visitantes para as fotos é na fonte sobre a qual há uma estátua do próprio Bildu. Quem tem curiosidade, lê nas placas que aquele é um monumento em homenagem “Ao Emérito Guidobildu Di Montefeltru, o Cavaleiro da Alegre Figura”. A inscrição traz a data de 27 de novembro de 1999, que marca a inauguração do Parque.

    Centenas de selfies e fotos são feitas ali a cada dia – como esta que eu próprio pedi a ele, sendo atendido prontamente.

    Bildu ainda arranja tempo para uma prosa rápida – e conta que era um viajante que vivia pelo mundo, sem destino. Até encontrar as terras e começar a desbravar o que iria originar Hopi Hari.

    Ele é chamado para outra foto, pede licença e torna a subir no monumento-fonte, o mesmo sorriso juvenil emoldurando o rosto fino.

    Tarefa cumprida, Guidobildu se despede, deseja ‘Bom bini’ novamente e vai descendo por Kaminda Mundi, espalhando vibração enquanto, dos alto-falantes, começam a ecoar os versos de ‘ Crazy little thing called love’.

    O dia de diversão no Hopi Hari está só começando.

    Crônica publicada no Facebook em maio de 2022