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  • Dia dos Namorados com Ray Charles

    Enquanto fazia a barba pela manhã, rádio ligado em O Pulo do Gato, na Bandeirantes, ouvi que este 10 de junho marca dezessete anos sem Ray Charles. Silvânia Alves nem acabava de dar a notícia e eu me vi transportado para uma tarde de 1.995, num dia de um céu azul maravilhoso em São Paulo em que a atração era, justamente, the genious of soul.

    Foi assim, aliás, que Ray Charles foi anunciado pelo mestre de cerimônias que animava as cerca de 100 mil pessoas que se espalhavam pela grama do parque do Ibirapuera, em São Paulo, esperando o momento de ver e ouvir aquele astro da música mundial.

    Eu estava no Ibirapuera naquele dia, com Déborah Bonello e Henrique Bonello (então com oito anos). Nós estávamos lá no meio do vuco-vuco (essa expressão não existia naquela época), quando a orquestra começou um pout pourri e Ray Charles apareceu minutos depois. Lembro que ele vestia um paletó verde, num tom meio acetinado, que brilhava a cada balançada de ombros que ele dava assim que assumiu o piano e a magia começou a subir pelos ares do Ibirapuera.

    ‘Conheci’ Ray Charles num velho 78 rotações do meu avô Antônio. Aliás, aquela foi também a primeira vez que eu senti o peso daqueles discões – por não mais que alguns segundos, porque não era dado às crianças segurar os 78 RPMs, verdadeiras preciosidades que, de fato, precisavam ser muito bem cuidadas.

    Ver e ouvir Ray Charles foi uma dessas coisas que ficam na memória, na alma, no coração… e nos fazem sentir melhor e vivos para sempre. É assim que me sinto ainda hoje, 26 anos após o show: vivo. De todas as músicas maravilhosas que ele eternizou, adoro Hit the road Jack – um lembrete mais que perfeito de que precisamos viver, celebrar e curtir a vida intensamente.

    [Este é o link da cinebiografia do artista (Ray, de 2004, com Jamie Foxx), escolhido apenas porque é o que tem melhor som e, portanto, ajustem os seus fones de ouvido e aumentem o volume!]